new space • indústria • infraestrutura

A infraestrutura econômica entre a Terra, a órbita e Marte.

Este observatório organiza referências técnicas sobre a Economia Espacial: crescimento do mercado, arquitetura upstream–midstream–downstream, riscos sistêmicos, colonização de Marte e gestão de projetos espaciais, com base em relatórios setoriais, documentos de agências e materiais acadêmicos.

Foco em dados, arquitetura de mercado e risco — sem hype, sem ficção científica.

Space Economy como infraestrutura, dados e fluxos de capital, conectando órbita, Lua e Marte.

Visão geral da Space Economy

De programa estatal estratégico a infraestrutura econômica global.

A economia espacial global foi estimada em cerca de US$ 570 bilhões em 2023, com crescimento consistente nos segmentos público e privado.:contentReference[oaicite:2]{index=2} Consultorias especializadas projetam um mercado potencial na faixa de US$ 1 a 2 trilhões nas próximas décadas, impulsionado por conectividade, manufatura em órbita, energia espacial e serviços cislunares.:contentReference[oaicite:3]{index=3}

O movimento chamado New Space descreve a entrada de empresas privadas, capital de risco e startups em missões antes restritas a Estados: constelações em larga escala, lançadores reutilizáveis, serviços de dados, turismo e infraestrutura orbital.:contentReference[oaicite:4]{index=4}

Em paralelo, agências como a NASA reorganizam seus planos de desempenho para 2026 em torno de três eixos: exploração humana (Lua–Marte), ciência e inovação tecnológica, com forte uso de parcerias com a indústria.

O resultado é uma transição do espaço como “programa” para o espaço como infraestrutura econômica, com impacto direto em telecomunicações, energia, agricultura, logística, finanças, seguros e políticas públicas.:contentReference[oaicite:6]{index=6}

Cadeia de valor: upstream, midstream e downstream

Onde o valor é criado na economia espacial.

Upstream – acesso ao espaço

Engloba veículos lançadores (reutilizáveis ou não), espaçoportos, integração de cargas úteis, propulsão avançada e tecnologias de mineração espacial. É a camada responsável por levar massa e sistemas da superfície para a órbita e além.:contentReference[oaicite:7]{index=7}

Lançadores • Espaçoportos • Propulsão

Midstream – operar em espaço

Inclui logística em órbita, serviços de manutenção e servicing, estações orbitais, infraestrutura cislunar, redes de comunicação espaciais e plataformas de manufatura em microgravidade. É a camada onde se organiza a infraestrutura off-world.

Infraestrutura orbital • Cislunar

Downstream – aplicações na Terra

Concentra aplicações baseadas em dados e serviços espaciais: observação da Terra, navegação, tempo preciso, comunicação global, seguros paramétricos, agricultura de precisão, logística, energia e serviços financeiros.

Dados • Aplicações setoriais • Serviços

Marte como caso extremo da Economia Espacial

Reutilização de foguetes, ISRU, infraestrutura robótica e economia local.

Propulsão reutilizável e arquitetura de ida e volta

A viabilidade econômica da colonização de Marte depende da redução drástica no custo de transporte. Estudos mostram que a reutilização de estágios de foguete pode reduzir o custo por quilograma em órbita de valores superiores a US$ 60.000 para menos de US$ 1.000 nas arquiteturas mais otimizadas.:contentReference[oaicite:17]{index=17}

Sistemas totalmente reutilizáveis, com propulsão a metano e oxigênio líquido, são projetados para operar rotas Terra–Lua–Marte. A escolha de metano está ligada à possibilidade de produção local a partir de CO₂ e água (reação de Sabatier), integrando logística interplanetária com In-Situ Resource Utilization (ISRU).

ISRU, robótica e preparação da infraestrutura

A ocupação progressiva de Marte envolve uma fase prévia totalmente robótica: montagem de habitats modulares, escavação de gelo, instalação de painéis solares e reatores compactos, e testes de produção local de oxigênio, água e combustível.:contentReference[oaicite:19]{index=19}

O conceito de ISRU inclui:

  • Derreter gelo marciano para água potável e eletrólise para oxigênio respirável.
  • Produzir metano a partir de CO₂ atmosférico e hidrogênio local ou importado.:contentReference[oaicite:20]{index=20}
  • Testar culturas em estufas pressurizadas, com automação agrícola em regulito tratado.:contentReference[oaicite:21]{index=21}

Energia, permanência e economia local

A infraestrutura energética combina painéis solares e reatores nucleares modulares, com ênfase em redundância para tempestades de poeira prolongadas. A partir da fase híbrida (pequenas equipes humanas apoiadas por sistemas autônomos), emergem atividades econômicas locais: manutenção de ativos, logística, operação de habitats, produção de insumos e, no longo prazo, serviços orbitais e exportação de recursos.

Gestão de projetos na economia espacial

Do ciclo de vida à engenharia de sistemas, custos e riscos.

Ciclo de vida de projetos espaciais

Cursos executivos em gestão de projetos espaciais estruturam o conteúdo em fases padrão: conceito e viabilidade, projeto preliminar, detalhamento, integração e testes, lançamento, operação e descomissionamento.

Conceito → Operação → Fim de vida

Engenharia de sistemas & subsistemas

A formação cobre engenharia de sistemas espaciais, configuração de espaçonaves, subsistemas (energia, controle de atitude, TT&C, estruturas, propulsão) e trade-offs de projeto, além de fundamentos de mecânica orbital e ambiente espacial.

Mecânica orbital • AOCS • TT&C

Custos, EVM e risco

Aspectos econômicos incluem estimativas de custo de ciclo de vida, gestão de grandes orçamentos, uso de Earned Value Management (EVM) e mecanismos de controle de desvios, integrados à gestão de riscos técnicos e programáticos.

Orçamento • EVM • Risk management

Riscos, regulação e seguros na Space Economy

Como tratar risco técnico e sistêmico em um setor altamente interdependente.

Eixos de risco no New Space

A literatura recente destaca quatro eixos principais de risco na expansão do New Space: agregação de risco em constelações, clima espacial, detritos orbitais e cibersegurança.

A congestão crescente em órbita baixa aumenta preocupações com detritos e colisões, enquanto a dependência de serviços orbitais em telecomunicações, energia, transporte e finanças cria risco sistêmico em caso de falhas em constelações de navegação, comunicação ou observação.

Lacunas regulatórias

Documentos sobre tendências da indústria espacial apontam a ausência de um arcabouço jurídico global holístico para atividades espaciais, com incertezas em segurança de dados, propriedade tecnológica e sustentabilidade de longo prazo. Iniciativas de harmonização regulatória e padrões internacionais são vistas como necessárias para sustentar o crescimento do setor.:contentReference[oaicite:30]{index=30}

Seguro e transferência de risco

O mercado de seguros espaciais adapta produtos a novas realidades: constelações de pequenos satélites, modelos rideshare, turismo e serviços em órbita. A ideia é combinar mitigação técnica com mecanismos de transferência de risco adequados à escala e à interdependência dos ativos.:contentReference[oaicite:31]{index=31}

Para operadores e financiadores, a combinação de seguros, boas práticas de engenharia, governança regulatória e transparência tende a ser pré-requisito para acessar capital em larga escala na Space Economy.

Sobre este observatório

Curadoria técnica de Space Economy, orientada a dados e arquitetura de mercado.

O Space Economy Observatory organiza informações provenientes de documentos públicos de agências espaciais, consultorias e instituições acadêmicas, incluindo:

  • Relatórios de tendências da indústria espacial e cadeias de valor.
  • Planos de desempenho, exploração Lua–Marte e inovação tecnológica.
  • Estudos sobre viabilidade técnica e econômica da colonização de Marte.
  • Materiais de capacitação em gestão de projetos e engenharia de sistemas espaciais.

A proposta é servir como referência para profissionais, pesquisadores e formuladores de políticas que precisam de uma visão estruturada sobre como a economia espacial está se configurando — da órbita baixa à superfície de Marte.

Contato

Para colaborações, projetos e troca de informações técnicas.

Se você atua com exploração espacial, dados satelitais, regulação, seguros, financiamento ou gestão de projetos na economia espacial e deseja:

  • Compartilhar materiais técnicos ou relatórios;
  • Discutir arquitetura de mercado, risco ou modelos de negócio;
  • Explorar possíveis colaborações ou projetos conjuntos;

entre em contato pelo e-mail: contato@space-economy.rmel.fi.

Ao escrever, indique brevemente o contexto do projeto, o estágio atual e qual parte da cadeia de valor (upstream, midstream, downstream) está em foco.